segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Independências: Àfrica e Àsia - Inara Gabrieli Drancka Androcheski


No século XIX os europeus se apossaram de grandes porções da Ásia e da África e se submeteram seus povos.
Nos trinta anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra (1945), a imensa maioria dos povos daqueles continentes conseguiu sua independência.

As Razões Da Independência

·        * A luta dos próprios africanos e dos asiáticos nos movimentos de independência de seus países.
·        * O enfraquecimento das potências colonialistas europeias devido ás perdas sofridas durante a Segunda Guerra.
·      *  A força de movimentos como pan-africanismo e negritude.

As lutas pela independência da Àfrica e Àsia também contaram com a solidariedade dos países recém-libertos.
Na Conferência de Bandung, realizada na cidade de Bandung na Indonésia, 29 países independentes se autodominaram Terceiro Mundo, declararam-se não alinhados, ou seja, neutros na Guerra-Fria entre Estados-Unidos e União Soviética, e prometeram apoiar as independências na Àfrica e Àsia.


Na década de 1940, sob a liderança de Patrice Lumumba, teve início um movimento para a libertação colonial do Congo. Em 1960, várias entidades nacionais se uniram à Organização das Nações Unidas (ONU) e pressionaram a Bélgica para declarar a liberdade do Congo, fato ocorrido no mesmo ano.


Após a independência do Congo, fundou-se a República Democrática do Congo e Patrice Lumumba foi eleito primeiro-ministro congolense. A história do Congo independente iniciou-se com várias divergências políticas: logo no primeiro mês em que Lumumba havia tomado posse, iniciou-se uma rebelião contra o seu governo.
O primeiro-ministro Lumumba não acreditava que somente a independência política livraria o Congo da dependência colonial, mas declarou que a libertação da África aconteceria a partir do momento que o Congo deixasse de ser dependente economicamente da Europa.
Depois da declaração do primeiro-ministro do Congo, todos os investidores ocidentais presentes no país ficaram sob alerta. As várias corporações inglesas e belgas que investiram na exploração do cobre, cobalto, diamante, ouro, entre outros minérios, estavam temendo uma nacionalização das empresas, ou seja, temiam influências comunistas, desde a aproximação do governo do Congo com a União Soviética.
Logo em seguida, no ano de 1961, Lumumba foi sequestrado e assassinado num golpe de Estado financiado e apoiado pelos Estados Unidos. O golpe de Estado no Congo somente foi possível em razão do apoio dado aos Estados Unidos pelo antigo oficial da Força Pública Colonial, Joseph Désiré Mobutu.
O apoio dado aos Estados Unidos renderia a Mobutu o governo do Congo, tornando-se ditador de 1965 a 1997. Ele ficou 32 anos no poder e transformou o Congo em seu quintal particular. Mobutu foi sempre financiado pelos Estados Unidos e França em troca do seu anticomunismo e pela liberação da exploração capitalista ocidental nas minas de minérios do Congo.
O ditador, nos seus mais de 30 anos no poder, instalou um dos governos mais mundo, Mobutu só foi derrubado do poder em 1997. 





A Conferência de Bandung e a descolonização da África
Alguns anos depois dos acontecimentos na Índia, em 1955, 29 países, sendo 23 africanos e 6 asiáticos, se reuniram em Bandung, na Indonésia, para discutir a posição dos novos Estados na ordem mundial bipolar, característica da Guerra Fria.
Além da política de não alinhamento automático a nenhuma das duas superpotências, os países presentes na Conferência afirmaram seu direito a autodeterminação e o repúdio a todas as formas de colonialismo. Nesse sentido, o principal resultado da Conferência de Bandung foi o impulso dado aos movimentos de independência no continente africano. 
Os processos de descolonização na África se deram, principalmente, a partir da pressão de movimentos de dentro das colônias. Contudo, esses movimentos não possuíam atuação uniforme, por isso fizeram uso de estratégias diferentes para conquistar a independência de seus países.
Alguns desses movimentos desencadearam conflitos militares contra as metrópoles, como no caso das antigas colônias da Argélia, Congo Belga e África Oriental, contra França, Bélgica e Inglaterra, respectivamente, que resultaram na criação de novos países.
Em outros prevaleceram as negociações diplomáticas, que inclusive preservaram interesses econômicos das metrópoles. Dentre os diferentes casos, também cabe destacar as colônias portuguesas, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, que conquistaram sua independência entre Nkrumah foi preso pelos britânicos em 1951, mas isso só contribuiu para torná-lo ainda mais popular. Seu partido, a Convenção do Partido Popular, acabou preenchendo 34 das 38
A Costa do Ouro
Kwame Nkrumah, chefe do governo da Costa do Ouro (colônia britânica), declara a independência de seu país, que passa a se chamar Gana e terá capital em Acra. É o fim de um longo processo que inclui revoltas, a formação de uma assembleia local amplamente favorável, prolongadas negociações com o Reino Unido e a unificação de diversos protetorados.
A vitória dos Aliados havia alimentado as esperanças dos nacionalistas de diversas colônias europeias na África. A doutrina do nazifascismo era contrária à autonomia dos povos do continente; por outro lado, o Reino Unido e os Estados Unidos haviam assinado, em 1941, a Carta do Atlântico, que reconhecia o direito de autodeterminação dos povos como um dos princípios básicos das relações internacionais.
Nkrumah foi preso pelos britânicos em 1951, mas isso só contribuiu para torná-lo ainda mais popular. Seu partido, a Convenção do Partido Popular, acabou preenchendo 34 das 38 cadeiras da Assembleia Legislativa. A partir daí, o Ministério das Colônias do Reino Unido teve de ceder: o novo governador britânico enviado para a Costa do Ouro abriu negociações com Nkrumah para a construção de um governo que possibilitasse o fim do regime colonial.
Assim, em março de 1957, a Costa do Ouro se tornou o primeiro país da África Ocidental a conquistar a independência e o primeiro da África Subsaariana após a Segunda Guerra. Deixou o Reino da Comunidade de Nações Britânicas e foi rebatizado como Gana, numa referência ao antigo reino que ocupou a região entre os séculos 10 e 15. Três anos depois, adotaria o nome definitivo de República de Gana.
Após a independência, Kwame Nkrumah tomou posse como primeiro-ministro. Pan-africanista, ele tentou formar uma união de Estados africanos. A proposta, nunca se concretizou, mas a Conferência dos Povos Africanos, realizada em 1958 na cidade de Acra, foi um importante momento para a articulação das forças políticas pró-independência das diferentes regiões do continente. Nos oito anos seguintes, trinta novos países surgiriam no mapa africano.
O Congo
descolonização africana acentuou-se a partir da década de 1950. Muitos países que ainda se encontravam como colônias dos europeus iniciaram um processo de independência. O Congo, por exemplo, era uma colônia da Bélgica.



Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Na Àfrica sob o domínio português, a vida dos Africanos também era marcada por intensa exploração. Os angolanos, por exemplo, trabalhavam para os portugueses nas plantações (cana-de-açúcar, milho, café, amendoim), nas minas (diamantes) ou nas cidades, em troca basicamente de roupa e comida, já que os melhores empregos era para os portugueses vindo da Metrópole.
Em 1930, esse sistema de trabalho foi substituído pelo Sistema de contrato, por meio do qual o governo português prometia fixas os salários dos africanos e respeitar os seus costumes e valores.
Em 1951, um grupo de universitários vindos da Àfrica fundou o Centro de Estudos Africanos. Entre esses jovens estavam Amílcar Cabral, agostinho Neto, Mario Pinto de Andrade e Francisco Tenreiro e Noémia de Sousa
Essa geração de militantes africanos – conhecida como ‘’geração de 50’’ foi perseguida pela polícia politica salazarista e o Centro foi fechado.
O governo salazarista usou a diplomacia e a violência para defender seus interesses na Àfrica
Em Portugal, os gastos com a guerra na Àfrica (cerca de 40% do orçamento nacional.) e as mortes de milhares de jovens soldados todos os anos geram fortes deslocamentos, o que cobriu para a eclosão da Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974.
Esse movimento, liderado por jovens oficiais das Forças Armadas portuguesas teve amplo apoio popular e derrubou a ditadura salazarista que vigorava em Portugal havia 42 anos.



A Luta Contra o Apartheid Na África do Sul

Em alguns países africanos independentes, os nativos tiveram de lutar contra a opressão de regime segregacionistas como o da Rodésia e o da Àfrica do Sul.
Em 1948, a minoria branca decidiu oficializar o apartheid: regime segregacionista que obrigava os negros a morar em lugares separados dos brancos, a frequentar escolas, praias e restaurantes só para negros e a andar constantemente com um passe, de modo que a policia pudesse controlar seu deslocamento.
Eram proibidos também terras em 87% do território


Reagindo a essa situação, o Congresso Nacional Africano (CNA) promoveu varias manifestações contra o governo racista de seu país.

Numa delas, em 1946, o governo prendeu 8 líderes do CNA, entre eles Nelson Mandela, que foi condenado á prisão perpétua.
Em julho de 1976, milhares de estudantes negros foram as ruas de Johanesburgo, a maior cidade do país, em protesto contra a imposição da língua africâner nas escolas.
A policia atirou contra as crianças e os jovens que marchavam vestidos com seus uniformes escolares.Cento e setenta crianças foram mortas no episódio que ficou conhecido como Massacre de Soweto.





TEXTO: Inara Gabrieli Drancka Androcheski , aluna do 9º ano da Escola Estadual Doutor Anísio José Moreira



Projeto mestre na História tem o intuito de criar e disponibilizar diferentes conteúdos ligados a disciplina de História. 

Mentora do projeto - Professora  Aline marques de Oliveira 

Esse projeto tem parceria com com o Programa União faz a Vida - PUFV

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